terça-feira, 13 de agosto de 2013

Pequenos Versos Soltos II

Saudade
Do que?
De quem?
Por que?
Por você
De você
Pra você
Sempre você
_______

O que me mata me dá vida
O que me destrói me levanta
O que me desfaz me refaz

_______

-Por que tanto querer?
 Por que tanto fugir?
 Não poderia simplesmente ficar?
 Não poderia simplesmente dizer?
- Dizer o que?
- Você sabe o que
_______

Virá?
Será?
Quererá?
Me amará?
Me amou?
Fingiu?
Mudou?
Mentiu?
Fugiu?
Me enganou?
Se enganou?
Confundiu?
Esqueceu?
Esqueceu...???
Mas eu não esqueci!

Agridoce sentimento

Acho que estou doente, doente de amor
E não consigo me curar
Talvez não seja doença esse tal de amor
Talvez seja veneno
Diria até um suave veneno
Não tão suave assim
Com sua alegria agridoce
Doce os beijos
Salgadas as lágrimas
Doloridas as feridas
Impenetrável o escudo ao redor do coração
Protegendo a paixão que arde
Ah, como arde
E feri
E doi
E mata
E cura
E sara
E esquece
E é esquecido
E se renova
E vai embora
E volta
Mais forte do que nunca
Pra mostrar quem manda
Não sou eu
Não é você
É ele

O amor

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Pequenos versos soltos I


Queria ser um simples raio de sol
Sol não sente, não ama, não doi
Raio de sol aquece, ilumina e se vai
Não precisa de mais nada

__
Se pudesse desejar algo
Desejaria ser uma formiga
Sua minúscula forma me inveja
Seja pela simplicidade da vida
Ou pela facilidade da morte
Não importa
Pois continuo não a sendo

__
Ser humano às vezes é um peso
Nós carregamos a resposabilidade
De manter o planeta
Mas o estamos destruindo
É tudo culpa nossa

sábado, 19 de janeiro de 2013

Contos Inacabados I - Ano Novo


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3
2
1
...
 - Feliz Ano Novo – diziam as pessoas felizes na areia abarrotada.
Ela contemplava os fogos de artifício no céu, tentando esquecer as coisas ruins, se lembrando apenas das coisas boas. Pulou 7 ondas e se ajoelhou na areia molhada pelo mar, champanhe e cidra que eram derramados, e pediu, ou melhor, implorou pra quem quer que estivesse ouvindo-a, desejou com toda força de vontade que ainda lhe restava no coração de pedra que o ano que estava chegando fosse melhor, muito melhor que o ano anterior. Ela chorou, com todas as lágrimas que tinha, chorou até não haver mais água em seu corpo. Sentiu sede, se juntou a um grupo qualquer de pessoas felizes apenas para beber o vinho barato que estavam dividindo, era horrível, mas era álcool. Fez o mesmo com mais uns 3 grupos, depois parou de contar, ficou bêbada e cansada. Sentou em um canto qualquer perto de uma barraca fechada, encostou a cabeça e apagou.
  - Bom dia – disse um rapaz que colocava cadeiras, mesas e guarda-sóis na areia, agora vazia.
O sol estava forte e amarelo, sua pele queimava, olhou com desdém para o cobertor feio e rasgado que lhe cobria.
 - Estava bem frio de manhã – disse o rapaz percebendo o olhar dela em direção ao cobertor que parecia um pano de chão.
 - Obrigada – disse ela com a voz fria e rouca.
Sua cabeça doía da bebida da madrugada, seu corpo e pescoço doíam devido ao mau jeito que dormiu.
 - Que dia é hoje? – perguntou grossa e mal educada.
 - 1º de Janeiro – o rapaz se mantinha simpático e sorridente.
 Ela respirou com alívio, se lembrando de quando foi a uma festa, bebeu e acordou dois dias depois em outro país. Tentou se levantar.
 - Deixa que eu ajudo – o rapaz segurou sua mão e ombro, equilibrando-a a seu lado – Você está bem?
 - Estou – eles caminharam até a cadeira mais próxima e ela sentou. E pela primeira vez realmente olhou o rapaz que a ajudará. Ele era alto, moreno, forte, tinha olhos levemente puxados e um sorriso muito bonito. Não era de se jogar fora.
 - Meu nome é Miranda – disse ela estendendo a mão direita.
 - Felipe – ele segurou e beijou delicadamente as mãos sujas de areia e outras coisas que nem ela sabia.
Ela ficou lisonjeada e levemente desconcertada pela atitude do rapaz, ainda mais nesse país de pessoas sem bons modos, mas ela não é de se derreter pelo primeiro par de calças galanteador que encontra.
 - Você quer alguma coisa? – disse o rapaz galante
 - Um café cairia muito bem – respondeu colocando as mãos na cabeça como se isso fizesse a dor de cabeça da ressaca parar.
 - Ressaca? – perguntou Felipe levantando uma sobrancelha.
 - É, mas já tive piores.
 - Vou trazer seu café – disse e foi andando em direção a barraca.
 - Espere, eu não tenho dinheiro – disse Miranda desconfortável por não ter um trocado sequer.
 - Não se serve café na praia. É por conta da casa – riu e foi para a barraca.